Papa Francisco sugere investigação sobre possível genocídio na faixa de Gaza
Pontífice pede que a comunidade internacional analise se a ofensiva de Israel contra palestinos se enquadra na definição de genocídio
Em uma de suas declarações mais contundentes sobre o conflito entre Israel e os palestinos, o Papa Francisco sugeriu que a comunidade internacional deve considerar se a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza pode ser caracterizada como genocídio. A afirmação foi divulgada no domingo (17) em trechos de um novo livro do pontífice, publicados pelo jornal italiano La Stampa.
No texto, o Papa cita especialistas internacionais que já indicaram elementos de genocídio no que ocorre em Gaza e destacou a importância de uma investigação detalhada para verificar se os eventos correspondem à definição técnica de genocídio, conforme estabelecida por juristas e organizações internacionais.
Israel rejeita veementemente as acusações de genocídio. No ano passado, a África do Sul apresentou uma ação contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça, alegando violações da Convenção sobre o Genocídio. Em janeiro, o tribunal ordenou que Israel garantisse que suas forças não cometessem "atos genocidas", embora ainda não tenha decidido sobre o mérito do caso.
Normalmente, o Papa Francisco evita tomar posições diretas em conflitos internacionais, preferindo promover a desescalada e o diálogo. No entanto, suas críticas à conduta de Israel na guerra contra o grupo terrorista Hamas têm se tornado mais frequentes e explícitas.
Até o momento, o Vaticano não fez comentários adicionais sobre as declarações mais recentes do Papa, mas publicou trechos do livro em seu site, incluindo as observações sobre o possível genocídio.